RAIO, TROVÕES, VENTANIA, RELÂMPAGOS!! O_O NÃO SE PREOCUPE É FESTA NO CÉU*-*
Quando eu era criança e morava com meus avós, me sentia
sozinha, sabe, sem minha mãe por perto era bem difícil pra me, sempre torcia
pra chegar logo o tão esperado final de semana, e quando chegava era uma
alegria só, minha mãe vinha me buscar no sábado e íamos pra minha casa, às
vezes nem dava certo passar o final de semana em casa, a patroa da minha mãe a
colocava pra trabalhar aos sábados isso, raramente acontecia, mas, trabalhar em
casa de família só dá nisso mesmo, tem que virar escravo da rotina, em fim,
quando eu não podia ir, ficava triste, às vezes chorava a noite com saudades da
minha mãe, de casa, dos meus brinquedos, de sentir o cheirinho do meu quarto de
dormir na minha cama, dos meus ursinhos da Parmalat, NOSSA... quanta saudade eu
tinha, morei com meus avós durante 3 anos, aprendi muito com eles e também dei
muito trabalho, não que eu fosse uma menina rebelde, longe disso, mas, eu não
era fã de acordar cedo e pra tomar café, minha nossa, nem te conto, era uma
guerra, meu avó ligava um radio de pilha as 05hs da matina só pra escutar as
músicas e as noticias do dia a minha avô odiava o barulho do radio, ficava pé
da vida e dizia: - Desligue essa p@#$%. rsrsrsrs...
A maior comédia. Comigo não era diferente, cuscuz com leite de manhã! vitamina
super grossa! Oh good não, era o fim da picada, o pão embrulhava no estomago, demorava
horas para digerir tudo, realmente era uma batalha sem fim.
Depois do café, tinha uma caminhada longa até chegar na
escola, subia ladeira, descia, subia de novo, descia, suba mais um pouco,
pronto! Chegamos à escola, ufaa... E pra chegar à casa dos meus avós novamente,
fazia o mesmo trajeto todos os dias, era cansativo, quando passei a fazer
banca, subia a ladeira sem fim duas vezes, uma pela manhã e outra pela tarde,
mas todo aquele esforço, minha avó sempre dizia, um dia tudo isso irar valer a
pena e ela estava certa, hoje já estou na faculdade, morando com minha mãe e
sim, estou cada vez mais feliz.
Sabe às vezes me vem ao pensamento que toda segunda-feira
quando mainha me levava pra escola, (já que passava os finais de semana com ela,
em casa) ela sempre comprova arroz doce ou mungunzá, era tão bom, ainda dá pra
sentir o cheiro e o quentinho do copo. A hora que eu ficava triste era quando o
ônibus se aproximava do ponto que íamos descer, meu coração acelerava, eu
ficava triste por dentro e sentia a necessidade de chorar. Minha mãe me deixava
na escola e dizia: - Boa aula minha filha. Eu: - ok mãe, boa sorte no trabalho.
E uma lágrima queria sair dos meus olhos, mas não queria deixar ela triste, um
pedaço de me sempre ia com ela, e eu,era o pedaço que ela deixará pra trás, sei
que ela chorava também, mas não tinha como eu estudar lá no bugio, que iria
ficar comigo? Eu só tinha 6 anos de idade. Só Deus sabe as noites em que
chorava com saudades da minha mãe, dos finais de semana que eu torcia pra que
chegasse logo e que passasse devagar, só para saborear o máximo de tempo que
ficava com ela.
Quando chovia e junto vinha trovoadas e relâmpagos, eu
sentia muito medo, pra ficar calma, minha avó sempre dizia que Deus estava
fazendo uma festa no céu, que a chuva, os trovões e os relâmpagos assim como o
vento vêm de Deus e não precisava sentir medo, demorei um tempo pra não sentir
mais medo. Só parei de sentir medo quando vi no meu livro de português uma
história incrível, “contava que Deus convidou todas as aves pro céu, para realizarem
uma festa, o sapo também queria ir, mas como não tinha asas ficou de fora. Só
que, como todo penetra, sempre arranjando um jeito pra entrar na festa, eis que
o sapo muito esperto viu um violão, lembrou que era do urubu que tocará no céu,
rapidamente entrou no violão e ficou escondido, até chegar ao céu. E a festa começou
todas as aves tocando e dançando, só tinha um problema, ao tocar o violão o Urubu
percebeu que tinha algo de estranho, desde o seu voo da terra pro céu, sentirá
um peso estranho vindo do instrumento e ao olhar, viu o sapo penetra, tomou um
susto e disse: - O que faz aqui amigo sapo? Sabes que não foi convidado pra
estar aqui!? E o sapo logo responderá: - Sei que não sou ave, mas queria muito
vir a festa.
Deus olhou o sapo e disse: - Muito inteligente, gostei de
sua atitude, mesmo não tendo asas, arrumou um jeito de estar aqui, mostrou pro
outros animais, que não é necessário ter duas asas para estar aonde quer, só
precisa usar a cabeça. Bem, que faremos agora, continuamos com a festa? Ou mandamos
o sapo de volta à terra firme?! O sapo não queria ir, adorava festas e queria
participar, todas as aves tinham um instrumento pra tocar, menos o sapo. Mas,
Deus logo arranjará um jeito, convidou todos os animais da terra pro céu e
graças à esperteza do sapo, fizeram uma grande festa no céu, com raios,
trovões, ventos e muita chuva".
Não sei de fato se a história terminou assim,
mas adoro deixar finais felizes, conto deste jeito todo especial, por que é
desta forma que me faz se sentir bem. E foi por causa desta história, que perdi
o medo, toda vez que ouvirá, falava pra me mesma, não se preocupe, Deus está
fazendo uma grande festa no céu. Morar com minha avó me fez perder certos medos
que sentia, eles foram muito importantes pra me. Esse conto liga-se a me de
alguma forma, por que por trás de toda história existem outras histórias,
outros contos e diversos sorrisos.
E pra quem sente medo dos fenômenos naturais, lembre-se: É
festa no céu, vamos todos comemorar.
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